quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A Corrente do Mal


Raro quem nos dias de hoje, ainda não recebeu o email, ou pelo menos que tenha visto as fotos em blogs ou outros veículos de comunicação, da candidata Dilma Roussef em sua época de "matadora". Já ouvi todos os tipos de coisas, um dos exemplos maiores é: " Você quer colocar o Brasil nas mão de uma assassina?" ou "Quem já matou uma vez, mata duas!"
Porém, ainda que tudo isso fosse verdade, coisa que creio não ser, a época em questão, não era igual aos dias de hoje, onde há o direito de se expressar. Era uma luta dura contra a ordem do silêncio, e da violência que imperava à favor dos mais poderosos. Vlado, o jornalista morto e torturado ná época da ditadura, tornou-se um mártir por morrer defendendo seus ideais; por que então, é tão difícil aceitar que Dilma tenha tentado se defender de monstros tão cruéis, que matavam sem a menor piedade? Por que, é tão difícil aceitar o uso da violência para a defesa?
No filme "Vlado, 30 anos depois", temos a narrativa da história do jornalista Vladmir Herzog, que foi morto na época da ditadura, mais exatamente no dia 25 de outubro de 1975, e em um acontecimento inédito, sua morte foi vista como responsabilidade do governo ditatorial, e suas táticas de tortura. As cenas de depoimentos de amigos e familiares do jornalista, são de grande veracidade, e causam grande comoção pelo grau de violencia descrita. Ainda assim, uma das cenas que mais chama a atenção, é quando a população, perguntada em plena praça da Sé, sobre o que havia sido o período de ditadura, não sabiam do que se tratava o tema. Até mesmo pessoas, que pela idade haviam claramente vivido durante o regime, não sabiam falar sobre o assunto. Muitos diziam nem mesmo ter vivido nessa epoca, como se tudo já tivesse ficado à anos luz de distância.
Hoje, não muito diferente e poucos anos depois da realização do filme, que é de 2005, o povo parece se esquecer dos horrores da ditadura, e condenam pessoas que de alguma forma, tentaram se defender ou revolucionar o país. Endeusam séries globais (como Anos Dourados e Anos Rebeldes), onde a luta dos jovens e suas revoltas, foram o estopim para o fim de uma era, mas não são capazes de entender a luta de uma mulher que é candidata à presidência. Vêem apenas pelo lado mínimo da história; vêem o que é mais fácil, o que choca mais. Esquecem que o próprio José Serra, já foi um exilado na época da ditadura. Se ele fez parte de alguma emboscada? Talvez não. E isso faz dele um delinquente? Não, faz dele um homem fino e culto, defensor de sua pátria. Mas qual a diferença? Ambos tentavam de certa forma, mudar o país.
Muito se escuta falar desse tenebroso passado, mas pouco se tenta entendê-lo. E ainda em menor escala, busca-se saber se ele é real. Tudo o que se sabe, é que em forma de corrente de emails, ele passa aterrorizando a mente dos não pensantes, e não com muita dificuldade, são repassados pelos mesmos que repassam fotos de crianças desaparecidas, ou doentes que ganharão 10 centavos a cada email repassado.
Os rastros da ditadura estão nesses mesmos emails, e nesses sites que divulgam tais informações. São informações que faltam partes, que são editadas, que só tem aquilo que se quer mostrar; que se aproveita de um povo que se esquece dos horrores que já viveu. Como já disseram, somos os filhos da ditadura, mas parece que aprendemos o lado ruim das lições.
Se vou voltar em Dilma? Se sou Petista? Se sou anti-Serra?
Não; sou anti-mentira e preguiça de pensar; sou anti- imediatismos, anti-minimalismos, principalmente quando mais uma vez o futuro do país esta em jogo.
Não quero defender ninguém, mas crime, é repassar/receber tantas informações, e não ter o mínimo de senso crítico para análisa-las. Crime é cegar-se.

2 comentários:

  1. Gosto daquele político que faz a gente sentir que suas palavras vão além de letras em conjunto...
    Vou votar na Marina pois sinto a verdade, o idealismo daquele PT que um dia eu comprei a blusa e botons e cantei: "Lula lá..."
    É de arrepiar e hoje eu canto: Eu sou + 1
    Eu sou
    Mais um bate-papo
    Correndo lado a lado
    Mais um na quebrada
    Mais um na balada
    Mais um na liberdade
    Mais um na alvorada
    Com os mano e com as mina: EU SOU MARINA!
    No voto / Na mente
    Na alma / No movimento
    .....
    Na vitória
    NO PLANALTO CENTRAL!!!
    Marina!!

    Veja abixo o batuque é bom demais... Seja + 1 e seremos milhões...

    http://www.youtube.com/watch?v=btYBbwbynP0&feature=player_embedded

    ResponderExcluir