A americana Casey Anthony, que foi absolvida de matar a própria filha recebeu de um produtor de televisão, uma proposta quase irrecusável: 1 milhão de dólares para conceder uma entrevista exclusiva, que depois seria vendida a outros canais.
Independente da verdade por trás de um dos casos mais polêmicos dos EUA, em relação a homicídios, podemos ver o quanto as desgraças são rentáveis hoje em dia; tanto para os possíveis causadores, quanto para aqueles que podem usufruir dela.
Quanto a pequena garota morta, já não se sabe mais. Não que essa pequena garotinha fosse mais especial do que outra de qualquer parte do mundo. Mas a questão triste está no ponto de que a fatalidade e o desejo e curiosidade de se saber sobre a vida dos outros, gerou um mercado multimilionário, que vale mais que a minha vida e a sua juntas.
Antes, apenas celebridades que tinham seus bebês expostos nas capas de revistas com exclusividade, tinham direito a cachês tão exorbitantes. Quanto mais filmes e escândalos antes da redenção do casamento e dos filhos, maior era o valor pago. Agora suspeitos de assassinato ganham valores, que temivelmente, fariam muitos pensarem em começar sua carreira de assassino.
O que mais temos que assistir e presenciar para que percamos totalmente nossa sensibilidade? Já não é mais novidade vermos pais matando seus filhos, jogando-os de janelas, ou criminosos que arrastam meninos com o cinto de segurança. Mães que abandonam seus filhos em qualquer lugar, já faz parte de nossas rotinas; nos entristecemos, mas não nos chocamos mais.
Seria mesmo necessário, que uma quantia tão alta fosse paga alguém para ouvirmos aquilo que nos enoja, que nos causa repulsa? Você paga para alguém para ouvir aquilo que não precisa? Puxa, não né? Mas, você pagaria 1 milhão a uma pessoa que poderia ter matado sua própria filha, não para descobrir a verdade, mas para lucrar mais por isso? Bom... Encerremos essa discussão. Tenho medo das respostas; inclusive das minhas.
Viva o Capitalismo!
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