domingo, 27 de fevereiro de 2011

Deus da Salvação


Kratos, o assim chamado deus da guerra em uma das franquias mais famosas dos consoles de nova geração, o aclamado God of War, bem poderia ganhar uma outra denominação; ao invés de deus da guerra, ele bem poderia ser chamado de deus da salvação. Não, não apenas o de salvador de seu exército sanguinário de espartanos, mas o de salvador de domingos improdutivos.
Aí com certeza qualquer um já pode estar pensando: “Mas o domingo só é improdutivo para quem quer”, ou então : “Há milhares de livros e sites interessantes” ou até a mais apelativa: “Por que você não faz algo interessante fora de casa? Saia!” Mas é bem aí que está o problema: Eu não quero nada disso! Domingo eu queria ficar em casa, e sentir-me bem por isso, e não ter um dilema para saber como se sentir bem dentro de minha própria casa, e o melhor longe do trabalho. Mas parece que essa é uma tarefa impossível. Não quero ler livros interessantes; não tenho vontade de conhecer nada novo, e que me esforce demais o pensamento; não quero ir ao ar livre, quero é distância de gente!
Mas eis que, entre tantos protótipos de programas feitos para a família brasileira e facebooks da vida, eis que achei alguém (se é que pode chamá-lo assim) que poderia me salvar: Kratos, o deus da guerra, ou em meu caso, o deus da salvação do domingo tedioso. God of War, está longe de ser pretensioso em relação ao enredo previsível de filme da tela quente, mas encanta com imagens, textos e um personagem que tem a audácia de se achar o ser mais importante do mundo. Longe de ter uma temática infantil, o jogo que possui até mesmo mini-games sexuais, onde o jogador deve apertar uma sequência pedida na tela,GoW acumula uma série de fãs marmanjos, que se esbaldam com as proezas incríveis desse humano que se tornou deus Para se ter idéia, o último lançamento vendeu 2 milhões de cópias em apenas 2 dias. Já em sua terceira parte o jogo se encarrega de dar um fim a quase todos os deuses do olimpo e conta com um final simbólico de que um dia o tão famoso deus da guerra pode voltar. Queiram os deuses que sim, afinal tudo o que é bom deve voltar.
Não, não. God of War não é um lançamento recente. Tampouco, está entre os assuntos mais comentados do momento, mas com certeza esse espartano-deus de sangue frio (sim porque já nem se sabe mais se ele vive ou não), fez um milagre que só os deuses sabem fazer: fez um domingo perder a cara de domingo, fez com que as mortes vistas na telinha não fossem chocantes (pelo contrário, eram emocionantes), fez com que a tristeza de um homem sem opção de destino fosse moldada a sua própria vontade e bravura fez a vida pelo menos por instantes, parecer maior do que é. Mas Kratos ainda tem que melhorar em sua atuação: agora ele tem que fazer isso com todo o resto da semana. Quem sabe, em God of War IV? Mas se ele já matou todos os deuses possíveis, quem ele mataria nessa possível sequência? Tomara que ele não resolva apelar, e saia matando fora da sua mitologia, afinal esse capitalismo selvagem onde se faz Nossa Senhora na China, já deve ter chegado até na Grécia antiga.

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