sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Pseudo Vida


Como já de costume nos últimos 11 anos de nossas vidas, sempre à partir de janeiro, somos incomodados com vírus em sites de relacionamentos prometendo visões gratuitas do que não se vê na TV, e também somos obrigados a ouvir e até mesmo a participar de discussões sobre o mais infame dos programas da televisão brasileira: o Big Brother Brasil. É incrível o tempo que as pessoas gastam com esse assunto; é incrível que as pessoas defendam comportamentos de pessoas que nem sequer possuem opiniões próprias. É incrível (ah vá, nem tanto) que somente no Brasil o programa tenha alcaçado tantas edições. Mas o mais incrível de todos os fatores é: como não se vê um erro tão grande quando ele está na sua frente?
A promessa do programa para sua 11º edição era de que fosse essa, a mais "apimentada" de todas. Corpos sarados, hormônios a flor da pele, mulheres e homens (fisicamente, mas nem tanto) esculturais (ou deformados?), diferentes orientações sexuais, que já eram polêmica antes mesmo do início do programa. Porém, era tanta gente com as mesmas características que não poderiam haver polêmicas com pessoas que pensam igual... O que fazer? O grande Boninho, e Pedro Bial com suas imitações de poesia erraram...O que fazer?
Solução econtrada. Tirar dois participantes escolhidos pela casa, e colocar outros dois para dar uma sacudida na atração....Mas será que não seria equívoco demais colocar mais um mega bombado e mais uma mulher-quase-fruta, já que não falta isso dentro da maldita casa? Talvez, na intenção de chocar tenham se esquecido de que o público gosta de ver beleza, mas acima de tudo, gosta de se ver na TV. Onde estão as pessoas normais? Que não tomam anabolizantes? Que não foram ou são garotas de programa?
Não, nada de errado com essas pessoas citadas. Todas são dignas de respeito, mas, onde está alguém que não seja trisexual (???), ou transexual? Onde está afinal a vida real que o programa prega? Nas declamações de terça-feira de Bial é que não está. Aliás, não está em lugar nenhum, nem nunca esteve. Sempre viu-se torcidas por vidas forjadas alí, no aço nobre, quero dizer horário nobre da Rede Globo.
Aliás que nobreza não? É tão bom poder ver na TV pessoas insunuando-se e forçando-se a situações constrangedoras e de total vergonha alheia, que mal se pode explicar. Não, na verdade, o pior é aguentar os ex participantes... que insistem em ter algum talento. Claro, não se deve generalizar, sempre há alguém com talento, mas é impossível que todos o tenham, não é? Pelo menos para o meio artístico (leia-se Siri e afins, que aliás Dani Calabresa consegue interpretá-la melhor do que ela mesma).
Talvez, fosse melhor que nunca descobríssemos as faces por trás desses pontos de interrogação no início de cada janeiro. Talvez a vida fosse um pouco mais produtiva. Ou será que até hoje estariam fazendo No Limite? Ah, difícil saber!
É estranho ver a fascinação que as pessoas tem por uma vida, que não é vida. É estranho ver a fascinação que as pessoas tem por essa bendita (maldita) "nave-mãe"... Estranho também é: se o BBB não é importante pra mim, porque escrevo sobre ele? Está aí o maior, talvez o único trunfo do programa: saber ser assunto.
Na verdade, verdade mesmo o mais esquisito é que no Brasil esquece-se tudo: crimes graves, políticos corruptos... Mas a data de estréia e o nome dos ex-BBB's, ah, isso não dá para esquecer!
(Aff)

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