quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Brincando de Deus


Quando "Planeta dos Macacos: A Origem" começa, a sensação é de medo. Não apenas por imaginarmos que todo o planeta em questão de alguns anos à partir dali estará tomado por macacos; mas por corrermos o risco de estarmos assistindo a mais um filme bizarro, mas com uma ideia interessante, da série que é antológica e cult quando o assunto é cinema.
Porém, o medo da bizarrice, ogo toma outras formas e transforma-se em uma agradável surpresa. Cesar, o macaquinho astro, que rouba a cena desde o início nos faz amar aquilo que até então ainda era incerto. Com efeitos especiais produzido pela WETA, já conhecida por Gollum de Senhor dos Anéis e King Kong, Planeta dos Macacos merece com certeza mais um prêmio para a produtora por sua realização. Cesar é tão bem construído, que, juntamente com um roteiro sólido, tem força para fazer com que nós humanos, repensemos nossas atitudes enquanto ainda há tempo.
A história que dá um novo início a trama, conta com um James Franco polido, na atuação de um cientista que deseja a busca da cura do mal de alzheimer. Graças a um acidente em seu laboratório envolvendo a droga que testa e uma chimpanzé furiosa, ele tem levar que levar um macaquinho ainda bebê ( filhote de sua cobaia, que batiza de Cesar) para casa, e à partir dessa premissa temos todo o desenrolar do filme que traz um macaco totalmente modificado, graças às heranças genéticas passadas por sua mãe.
O que parecia animador, já que Cesar tem inteligência acima da média, logo se transformará em um pesadelo, pois o afastamento de ambos será inevitável. E claro, os ressentimentos também.
Além de uma forma incrível de nos fazer entender as motivações de Cesar, e de nos fazer torcer para que os macacos sejam os vencedores da grande batalha que se aproxima, o filme é cheio de referências a primeira parte, feita nos anos 1970. Em uma parte do filme vemos que a nave Icarus foi lançada. Em um noticiário vemos que ela se perdeu, e aí temos ideia que ela voltará a terra daqui ha alguns anos com um astronauta que verá o planeta que deixou para trás totalmente devastado. O filme foi refeito em 2001, mas apesar do incrível talento de Tim Burton, não convenceu fãs, e ainda continuou com a estética "bizarra" dos filmes do passado.
Referências a um "Novo Criacionismo" também podem ser vistas no momento em que Cesar cria seu exército. Palavras bíblicas vindo de um televisor sintonizado em um programa evangélico, de alguém que está por perto daquele momento, são "a trilha sonora" do momento. O mundo está renascendo. Rupert Wyatt foi muito feliz em sua realização.
Um filme lindo com seu visual refinado e denso, com um roteiro arrebatador que pela primeira vez pôde passar o assombro que se propõe. Assim é Planeta dos Macacos: A Origem.

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